domingo, 7 de setembro de 2008

A história do acordo - novas regras do português

A história do acordo A partir de 2009 entram em vigor as novas regras que prometem aproximar o português falado em Portugal e em outros 8 países, incluindo o Brasil. Isis Nóbile Diniz

A discussão chegou ao fim. A partir de 2009, o português “de Portugal” ou “do Brasil” – chamado por muitos lusitanos de “brasileiro” – será modificado. A tentativa serve para aproximar as duas línguas de modo que sites da internet, corretores gramaticais e documentos oficiais possam usar um único dicionário. Apesar da resolução parecer simples, esse debate se iniciou há um século.

Desde a época da colonização até hoje, o português falado em Portugal e nas colônias foi se modificando. Hoje, o português falado na terra tupiniquim é bem diferente daquele falado no país europeu. A diferença é menos perceptível nas outras ex-colônias portuguesas. “Nos países africanos onde o português é a língua oficial, o que se observa é que a língua é mais próxima aquela que é falada em Portugal”, explica Luis Carlos Cagliari, professor da Faculdade de Letras da Universidade Estadual Paulista (UNESP). Isso porque esses países foram colônias portuguesas até recentemente e o Brasil conseguiu sua independência já há 200 anos.

O maior problema para chegar a um consenso não foi devido, apenas, à questão ortográfica. “Essa reforma teve motivação diferente daquela da época do Antônio Houaiss. Foi uma briga de poder intelectual e político, que revelou uma série de preconceitos”, afirma Cagliari. “Por exemplo, o fato de mudar a ortografia não significa que a alfabetização melhorará”, completa.

Com o acordo, Portugal mudará 1,42% das suas palavras, enquanto aqui a mudança vai atingir 0,43%. “Dentro do Brasil, um grupo não queria abrir mão da primazia do país, mas outro aceitava”, explica Godofredo de Oliveira Neto, presidente da Comissão de Língua Portuguesa (Colip) do Ministério da Educação (MEC). “Ao mesmo tempo, alguns brasileiros diziam que o acordo dava poder a Portugal. Por outro lado, existiam portugueses afirmando que as mudanças eram mais favoráveis ao Brasil”.

“Acredito que não deveria haver lei sobre o assunto, já que os países entendem o que o outro escreve”, avalia Cagliari. O objetivo do Acordo Ortográfico, no entanto, é facilitar a ortografia das palavras. Ao excluir o “c” ou “p” de algumas, como de “actor”, por exemplo, perde-se um certo charme de conseguir perceber, imediatamente, a procedência do texto. Entretanto, “o acordo não é uma camisa de força, muitas variantes regionais continuam”, diz Oliveira Neto.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Para refletir...

Qual a relação da imagem com o currículo escolar?

domingo, 3 de agosto de 2008

alfabetização e letramento

Alfabetização é o processo pelo qual se adquire o domínio de um código e das habilidades de utilizá-lo para ler e escrever, ou seja: o domínio da tecnologia – do conjunto de técnicas – para exercer a arte e ciência da escrita. Ao exercício efetivo e competente da tecnologia da escrita denomina-se Letramento que implica habilidades várias, tais como: capacidade de ler ou escrever para atingir diferentes objetivos (In Ribeiro, 2003, p. 91).
A diretriz pedagógica mais importante no trabalho dos professores é a utilização da escrita verdadeira nas diversas atividades pedagógicas, isto é, a utilização da escrita, em sala, correspondendo às formas pelas quais ela é utilizada verdadeiramente nas práticas sociais. Em uma concepção progressista de “alfabetização” (nascida em oposição às práticas tradicionais, a partir dos estudos psicogenéticos dos anos 80), o processo de alfabetização incorpora a experiência do letramento e este não passa de uma redundância em função de como o ensino da língua escrita já é concebido.

Alfabetização e letramento são conceitos freqüentemente confundidos ou sobrepostos, é importante distingui-los, ao mesmo tempo que é importante também aproximá-los: a distinção é necessária porque a introdução, no campo da educação, do conceito de letramento tem ameaçado perigosamente a especificidade do processo de alfabetização; por outro lado, a aproximação é necessária porque não só o processo de alfabetização, embora distinto e específico, altera-se e reconfigura-se no quadro do conceito de letramento, como também este é dependente daquele.
Na ambivalência dessa revolução conceitual, encontra-se o desafio dos educadores em face do ensino da língua escrita: o alfabetizar letrando.

Sondagem
É fundamental que seja realizada uma avaliação diagnóstica ou sondagem, para partirmos do que nossos alunos já sabem, tornando assim, nosso ensino muito mais significativo e coerente.
Para fazer a sondagem, organizamos uma lista de palavras com o mesmo tema, com palavras polissílabas, trissílabas, dissílabas e monossílabas, e uma frase com palavras da lista.
Numa folha de sulfite, peça ao aluno que escreva o seu nome.
Dite a palavra inteira, não em sílabas.
O aluno escreve e o professor solicita a leitura da palavra. O aluno lê apontando com o dedo o que escreveu. A cada bimestre deve ser realizada uma nova sondagem para verificar os avanços dos alunos.
Exemplos:
Lista de material escolar
LAPISEIRA
CADERNO
LÁPIS
GIZ
Frase: O LÁPIS CAIU NO CHÃO.

Os níveis estruturais da linguagem escrita podem explicam as diferenças individuais e os diferentes ritmos dos alunos. Segundo Emilia Ferreiro são:
1) Nível Pré-Silábico- não se busca correspondência com o som; A criança tenta nesse nível:
diferenciar entre desenho e escrita ,utilizar no mínimo duas ou três letras para poder escreve palavras ,reproduzir os traços da escrita, de acordo com seu contato com as formas gráficas (imprensa ou cursiva), escolhendo a que lhe é mais familiar para usar nas suas hipóteses de escrita, percebe que é preciso variar os caracteres para obter palavras diferentes
2)Nível Silábico- pode ser dividido entre Silábico e Silábico Alfabético:Silábico- a criança compreende que as diferenças na representação escrita está relacionada com o "som" das palavras, o que a leva a sentir a necessidade de usar uma forma de grafia para cada som. Utiliza os símbolos gráficos de forma aleatória, usando apenas consoantes, ora apenas vogais, ora letras inventadas e repetindo-as de acordo com o número de sílabas das palavras.Silábico- Alfabético- convivem as formas de fazer corresponder os sons às formas silábica e alfabética e a criança pode escolher as letras ou de forma ortográfica ou fonética.
3)Nível Alfabético- a criança agora entende que:
a sílaba não pode ser considerada uma unidade e que pode ser separada em unidades menores
a identificação do som não é garantia da identificação da letra, o que pode gerar as famosas dificuldades ortográficas
a escrita supõe a necessidade da análise fonética das palavras

PARA O ALUNO PRÉ-SILÁBICOAssociar palavras e objetos;Memorizar palavras globalmente;Analisar palavras quanto ao número de letras, inicial e final;Distinguir letras e números;Reconhecer as letras do alfabeto (cursiva e bastão);Familiarizar-se com os aspectos sonoros das letras através das iniciais de palavras significativas;Relacionar discurso oral e texto escrito;Distinguir imagem de escrita;Observar a orientação espacial dos textos;Produzir textos pré-silabicamente;Ouvir e compreender histórias;Identificar letras e palavras em textos de conteúdo conhecido.

PARA O ALUNO SILÁBICO
Reconhecer a primeira letra das palavras no contexto da sílaba inicial;Comparar palavras memorizadas globalmente com a hipótese silábica;Contar o número de letra das palavras;Desmembrar oralmente as palavras em suas sílabas;Reconhecer o som das letras pela análise da primeira sílaba das palavras;Reconhecer a forma e as posições dos dois tipos de letras: cursiva e maiúscula;Identificar palavras em textos de conteúdo conhecido (qualquer tipo de palavra);Produzir textos silabicamente;Ouvir e compreender histórias;Completar palavras com as letras que faltam (observando que o número de letras presentes exceda sempre o número de sílabas da palavra).


SEQUÊNCIA DE ATIVIDADES - CIRANDA DA BAILARINA
1- Apresentação e apropriação da música com vídeo e cartaz
2- Interpretação da música,de palavras novas e do compositor
3- Ilustração
4- Caça-palavras
5- Caça-letras
6- Caça-frases
7- Dramatização da música
8- Lista de palavras com x letras
9- Lista de palavras com mesmo tema
10 - Jogos com palavras contextualizadas
11- Confecção da bailarina
12 - Confecção do livro: Ciranda da Bailarina
Possibilidade de jogos
1 - Alfabeto móvel
Letras repetidas confeccionadas com material resistente - cada criança tem um jogo.
Exemplo de atividade - propor que as crianças escrevam palavras da música. Ex. Uma palavra que inicie com a letra B
2- Bingo de palavras
Cartelas com 6 palavras para jogarem em duplas ou individualmente. As palavras referentes a letra da música. A professora sorteia a palavra, dita ou mostra para as crianças lerem. Ganha quem completar toda a cartela primeiro.
3- Quebra cabeça de frases
Frases retiradas da música, cada palavra numa peça, para que as crianças ordenem e leiam. Pode vir acompanhada de gravuras.
4- Jogo do percurso
Com dado, as crianças jogam em grupos, conforme o número sorteado no dado, a criança caminha com sua peça, onde ela parar, se conseguir ler continua nesse lugar, se não volta uma casa. Vence quem chegar ao final primeiro.
5- Jogo da memória
Cada palavra é repetida duas vezes, uma em cada cartela. A criança coloca todas as peças na mesa e tenta encontrar os pares. Joga em duplas
- Dominó
Cada peça é confeccionada com um lado uma palavra e outro uma figura referente a outra palavra. Confecciona-se 24 peças, sendo que a última completa a primeira, para fechar o ciclo. Joga-se em duplas
7- Jogo de sílabas
Cartelas com a figura e espaços referentes ao número de sílabas e peças com as sílabas para as crianças completarem.
8- Jogo da primeira letra
Cartelas com a figura e todas as letras, menos a primeira, para a criança completar com a peça que falta.
9- Quebra-cabeça de figura com palavra
A figura é separada da palavra com algum tipo de recorte que só se encaixa ali.
10 - Acróstico
Palavras escritas na vertical para que as crianças utilizem o alfabeto móvel para escrever ao lado nome de colegas ou outras palavras.

ANEXO - Sugestões de atividades com a palavra BAILARINA
1- A professora escreve a palavra no quadro de diversas maneiras
2- Em seguida entrega as letras a cada aluno, embaralhadas para que eles escrevam a palavra BAILARINA
3- Pede para os alunos separarem apenas as vogais e buscar nos nomes das crianças os que tenham essas letras, faz o mesmo com as consoantes
4- Pede para contarem o número de letras da palavra e registra no quadro
5- Entrega em papel sulfite escrito grande cada letra para uma criança, pede para elas se organizarem até formar a palavra BAILARINA. Embaralha e pede para outro aluno refazer. Pede para cada um dizer o nome da letra que está segurando.
6- Pede para ficar em pé apenas as crianças da palavra BALA, depois BAILA, ANA, e outras que possam ser construídas a partir da BAILARINA. Os alunos escrevem na mesa com o alfabeto móvel.
7- Pedir para algumas crianças escreverem essas palavras no quadro e os colegas verificarem se está correto.
8- Verificar o nome dos colegas que têm as sílabas da BAILARINA no nome.
9- Pedir para as crianças confeccionarem um cartaz em grupo, com a sua BAILARINA. Escrever no cartaz a palavra.
10 - Completar no caderno:
__AILARINA
B__ILARINA
BA__LARINA
BAI__ARINA
BAIL__RINA
BAILA__INA
BAILAR__NA
BAILARI__A
BAILARIN__

fonte - FERREIRO, EMILIA ; TEBEROSKY, ANA. PSICOGÊNESE DA LÍNGUA ESCRITA Porto Alegre: Artes Médicas, 1987. 284 p.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

PAÍS REGISTRA 26 VIOLAÇÕES DO DIREITO À EDUCAÇÃO POR DIA

do cipping da Andi
O artigo 53 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) afirma que “a criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho”. Dados do Sistema de Informação para a Infância e a Adolescência (Sipia) mostram, entretanto, que isso não vem sendo respeitado.
De 1º de junho de 2007 a 1º de junho desde ano, houve 9.537 registros de violações ao direito à educação – como ausência de vagas, transporte escolar precário, desrespeito e discriminação na sala de aula e ausência de condições mínimas de aprendizagem, entre outros. Isso equivale a 26 casos por dia. Se forem consideradas as violações a esporte, lazer e cultura, como falta de quadras, bibliotecas e parques nas escolas, o número sobe para 15.325.
O quadro deve ser ainda pior. Somente 15 unidades da Federação enviaram informações ao sistema e, em alguns casos, há subnotificação.
Falta de estímulo – No topo do ranking de agentes violadores, a escola aparece em primeiro lugar, com 2.351 ocorrências. Em segundo lugar, está a própria criança ou adolescente. Em tese, isso significa que meninos e meninas estão se recusando a ter acesso à educação plena — decidindo, por exemplo, não mais assistir às aulas.
Segundo especialistas, a explicação para esse quadro passa mais por falhas na política educacional brasileira do que por má vontade dos meninos e meninas de estudarem. Para Célio Cunha, assessor especial da Unesco no Brasil, as crianças e os adolescentes não devem ser classificados como culpados por essas violações. “O problema não é a criança e adolescentes, mas o poder público, que precisa assegurar a permanência dos alunos na escola”, explica Cunha.
Ele sugere a aprovação de uma Lei de Responsabilidade Educacional — algo parecido com a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) — para que sejam estabelecidas competências à União, estados e municípios e penalidades para os casos de descumprimento dessas obrigações.
Fonte: Correio Braziliense (DF), Paloma Oliveto – (16/06)

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Histórias de professoras que iniciaram o trabalho com assembléias escolares

No caso da Profa. Kátia Cilene Souza, de primeira série, que começou o trabalho somente em agosto de 2000, o principal avanço refere-se ao diálogo.
No tocante ao diálogo este foi se aprimorando a cada assembléia realizada. Às vezes acontecia de um falar junto com o outro, mas aos poucos foram aprendendo a ouvir os colegas... Percebi que eles começam a entender o sentido do diálogo. Não foi fácil mudar esse tipo de atitude, mas agora já resolvem a maioria dos problemas sem falar em punições. Também falavam muito em levar para a diretoria ou chamar os pais. Hoje essa atitude mudou bastante. Raramente
falam em levar para a diretoria ou chamar os pais. Isso deve-se ao fato de questioná-los sobre de quem era o problema: era da diretora? Era dos pais que estavam no trabalho? Eles refletiam e decidiam de outra forma.
Nas considerações finais de seu relatório a professora afirma que:
percebe-se, assim, que no início do projeto tínhamos um grupo de alunos que não conseguiam dialogar, não falavam de seus problemas, não paravam para ouvir a opinião dos colegas e não estavam atentos ao que acontecia em sua
volta. Ao término do projeto, encontramos alunos que refletem sobre seus problemas, buscam soluções através do diálogo, têm senso de justiça, lutam pelos seus direitos e param para ouvir os colegas.



No relatório da Profa. Adriana Comin Franguelli, da segunda série:
Os alunos adoram as assembléias ; a cada assembléia realizada eles me surpreendem com as atitudes. Recordo-me bem de um fato: as meninas começaram a reclamar de os meninos passarem a mão no bumbum delas; na verdade era apenas um menino, mas, como nas assembléias tratamos do assunto e não de quem cometeu o ato, o autor do ato quis falar como se nada tivesse a ver com ele. Em uma assembléia posterior; o assunto estava em pauta novamente, pois esse aluno continuava passando a mão nas meninas. Porém, dessa vez o seu comportamento em relação ao fato foi bem diferente, não abriu a boca durante toda a discussão. Após essa assembléia não tivemos mais esse problema.



Os pais também notam as mudanças de comportamento nos seus filhos. Em uma reunião a mãe da aluna Mirtes disse-me que sua filha, que tanto batia na irmã, já não batia mais, apenas conversava. Percebe-se que as mudanças de atitudes já repercutem no âmbito familiar.
No início do ano a turma não conseguia conversar, os alunos gritavam demais na sala, se agrediam fisicamente, enfim não havia respeito entre eles.
Hoje, por mais que ainda existam conflitos, as crianças conseguem se entender, as agressões físicas raramente acontecem, todos colaboram entre si, se tornaram mais autônomos. Muita coisa boa passou a acontecer após a realização das assembléias.



para saber mais:
Prof. Dr. Ulisses Ferreira de Araújo
Faculdade de Educação / UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas

Para saber mais sobre disciplina na sala de aula...

Livros:
Assembléias Escolares: um caminho para a resolução de conflitos. Ulisses Ferreira Araújo. Editora Moderna.
Indisciplina na Escola : Alternativas Teóricas e Práticas. Julio Groppa Aquino (org). Editora Summus

terça-feira, 1 de abril de 2008

MILHO DE PIPOCA

A transformação do milho em pipoca macia, é símbolo da grande transformação pela qual devem passar as pessoas para que venham a ser cada vez melhores.
Milho de pipoca que não passa pelo fogo continua a ser milho, para sempre. Assim acontece com a gente, as grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo. Quem não passa pelo fogo, fica do mesmo jeito a vida inteira. São pessoas de uma mesmice e uma dureza assombrosa. Só elas não percebem, acham que sua maneira de ser é melhor. Mas quando chega o fogo, isto é, quando a vida nos lança numa situação que nunca imaginamos, como: perder um amor, ficar doente, perder o emprego... então elas percebem que não estão preparadas para a vida. Mas o fogo também pode vir de dentro de nós: pânico, medo, ansiedade, depressão, sofrimento, cujas causas são muitas vezes ignoradas.
Há sempre um remédio. Apagar o fogo. Sem fogo, o sofrimento diminui, e com isso a possibilidade da grande transformação. Imagino que a pobre pipoca, fechada dentro da panela, ficando cada vez mais quente, pense que a sua hora chegou: vai morrer. Dentro de sua casca dura, fechada em si mesma, não pode imaginar o que ela é capaz. Não imagina a transformação que vai acontecer. Aí, sem aviso prévio, pelo poder do fogo, a grande transformação acontece: BUM! E ela aparece como uma outra coisa completamente diferente que ela mesma nunca havia sonhado.
Piruá é o milho de pipoca que se recusa a estourar. Podemos compará-lo às pessoas que, por mais que o fogo esquente, se recusam a mudar.
Sua presunção e o medo, formam uma dura casca que não estoura. O destino delas é triste. Ficarão duras a vida inteira. Não serão transformadas na flor branca e macia, não vão dar alegria para ninguém. Terminado o estouro alegre da pipoca, no fundo da panela ficam apenas os “piruás” que não servem para nada.

(Adaptação – Rubem Alves)